terça-feira, 12 de maio de 2015

AUDAX - FLORIPA 2015 – MINHA TERCEIRA PARTICIPAÇÃO – PARTE II


A prova ciclística aconteceu no domingo 26/04, em Florianópolis. A largada foi dada às 6h04 minutos, na Avenida Beira Mar Norte, ao lado do shopping Iguatemi.
Agonizando de ansiedade dormi pouco, acordei as 03h30min da manhã. Logo, levantei da cama e iniciei com calma os preparativos checando e organizando todo o equipamento. Exatamente as 04h45min da manhã peguei meu irmão Marcos em sua casa e partimos juntos para Floripa com as bicicletas no porta bikes.
Chegamos ao Iguatemi às 5h42min e fomos para a fila de inspeção dos equipamentos que é realizada pelos organizadores. Neste momento, a ansiedade aumenta, pois a vontade de subir logo na bike e pedalar é grande. Liberados da inspeção entramos no espaço destinado aos competidores. Porém, antes de ser dada a partida foi comunicado que um carro da organização seguiria a frente abrindo caminho numa velocidade entre 15 e 20 km/h. Informação esta que desagradou muita gente, inclusive eu, pois pretendia baixar meu tempo de conclusão da prova de 4h53min do ano anterior. Ao final, esse fato mostrou-se determinante por não ter alcançado meu objetivo. Concluí a prova em 5h cravadas. Exatamente 07 minutos acima do tempo conquistado no ano anterior.
Enfim, foi dada a largada. Logo de início deixei a companhia do meu irmão e forcei para me aproximar ao máximo do pelotão de frente, onde esperava pedalar com mais liberdade e segurança.
Em anos anteriores, neste momento, sempre sumia a ansiedade e a adrenalina acumuladas dentro de mim. Limitado a pedalar em velocidade entre 15 e 20 KM/h até a saída da Ponte Colombo Salles, causou-me certa frustração. Na saída da ponte em direção a beira mar do Estreito o carro saiu da frente e liberou todos os ciclistas. Neste momento sim, a ansiedade deu lugar a adrenalina de poder pedalar livremente imprimindo o meu ritmo.
Mesmo ciente de que precisava administrar o esforço para completar a prova dos 100 Km, resolvi forçar nos primeiros 60 Km. Para este percurso sentia-me muito bem preparado, pois meus treinos semanais são feitos nesta distância.
A minha frente seguia apenas um pelotão de 10 ciclistas de alto nível. Segui forçando e acompanhando o grupo em velocidade entre 35 e 40 km/h, mesmo sabendo que não conseguiria suportar pedalar naquele ritmo por muito tempo. Entrando no Estreito olhei para trás e avistei a cerca de 300 metros um segundo grupo. Neste momento estava sentindo-me bem fisicamente e muito feliz! Na subida do primeiro morro em direção ao bairro de Capoeiras, não consegui mais acompanhar o primeiro pelotão e os perdi de vista. Logo depois de descer o morro em direção a Av. Ivo Silveira, reduzi minha velocidade e aos poucos o segundo pelotão foi se aproximando. Nesses minutos de decida aproveitei para respirar e me recompor fisicamente.
Revigorado e determinado, segui junto ao segundo pelotão com 8 ciclistas em velocidade entre 30 e 35 Km/h.
Em ritmo compatível, seguimos pedalando forte via Av. Presidente Kenedy, Praça de São José, retornando pela Ponta de Baixo, beira mar de São José, Abrão, Coqueiros, travessia da ponte sentido ilha, seguindo para o sul pela Costeira até o aeroporto sentido bairro Carianos por dentro da Base aérea. Ao final deste percurso tem um forte morro e neste momento, passei a sentir o esforço, dei uma parada de 5 minutos no topo para hidratação, quando avistei a uns 300 metros um terceiro pelotão de cerca 10 ciclistas se aproximando. Pensando em não perder muito tempo no PC 1 (posto de controle) devido a fila que se forma para carimbar o passa porte, tratei de subir logo na bike e pedalar rumo ao Ribeirão da Ilha.
Meu passa porte foi carimbado às 8h26min. Assim, os primeiros 60 Km foram percorridos em 2h22min, numa velocidade média em torno dos 25 km/h. No posto de controle aproveitei para ir ao banheiro, para me alimentar, e hidratar.
Na segunda metade da prova diminuí bastante a velocidade ficando entre 20 e 25 km/h. Nesse momento, passei a dosar a força e controlar a respiração,
segui na prova como “vagão”, junto a grupos de ciclistas. Pois sabia que devido ao forte desgaste dos primeiros 60 km precisaria de um grupo para amenizar o esforço até o bairro do Pântano do Sul e Açores. Na retaguarda de um grupo no vácuo do vento o ciclista tem a sensação de alívio contra a força do vento que castiga a resistência. No retorno, sentido Morro das Pedras indo já para o Campeche passei a sentir uma dor muito forte na panturrilha. Nesse momento, juntou-se a mim um ciclista de nome Alexandre, do bairro do estreito, conversando me fez esquecer a dor. Mas aos poucos fui ficando para trás dentro do meu ritmo. Percorridos 105 Km, próximo a Lagoa apareceu alguns sinais de fadiga, porém a vontade de vencer o desafio me fez superar todos os obstáculos. O estimulo de outros participantes e da população foram importantes ao psicológico para suportar a dor muscular. Faltava pouco! 
Segui acreditando e pedalando morro acima, no topo, cansado, parei para respirar, hidratar e buscar um pouco de energia. Sabia que o objetivo estava logo ali em frente, era descer o morro pedalar mais uns 2 km e comemorar.
Enfim, cheguei! Cortei a linha de chegada. Emocionado mais uma vez com lágrimas nos olhos estendi o braço em sinal de vitória. Havia conseguido mais uma vez.
Valeu! Vamos para próxima.