No dia 26 de novembro próximo completarei 50 anos de vida.
O filósofo grego, Aristóteles, disse que o homem é um ser social e é mesmo. Dentro de poucos dias completarei 50 anos, aliás, eu e um conjunto de amigos de Palhoça que completaram comigo neste ano meio século de existência em nossa cidade. Não me refiro só àqueles queridos amigos que como eu, nasceram no ano de 1964, em pleno golpe militar. Estou me dirigindo também aqueles amigos que estiveram durante esses anos próximos de mim, alguns até então ilustres desconhecidos, anônimos, mas que, muitíssimos significativos trouxeram para minha vida. Será que eu estaria vivo se não fosse a parteira Dona Maria José, no bairro Aririú que cortou meu cordão umbilical? As enfermeiras que no Grupo Venceslau Bueno aplicaram as vacinas? A minha saudosa mãezinha querida que me deu infinitas mamadas, palmadas e muitas surras de chinelo, de cinta e de varas de pé de chorão?
Como estes anos se passaram rápido! Nessa passagem, ficaram as marcas, marcas de uma vida, de quem viveu 50 anos. Algumas dessas marcas ficaram registradas nas fotografias e na mente. Nas fotografias hoje amareladas pelo tempo ou penduradas numa parede, ficaram lembranças de seres queridos que um dia, em momentos de alegria, dividiram comigo um click fotográfico, alguns deles já partiram para sempre, outros, até hoje, dão-me o prazer de suas companhias.
Quando me olho no espelho, percebo que muita coisa mudou. As rugas, marcas do tempo, vieram sem serem chamadas.
Na mente estão guardadas belos momentos inesquecíveis desses meus 50 anos. Hoje, partilho os momentos da minha vida ao lado de uma pessoa maravilhosamente incrível. Não é famosa, nem é rica. Mas nem por isso deixa de ser espetacular, têm a essência daquilo que há de mais sublime no ser humano e é por isso que a amo tanto.
Quando ainda moleque em Palhoça, joguei bola, brinquei de pipa, joguei Taco nas ruas, tomei banho no Rio da “Draga’, No Rio das Ostras, nos belos mangues que existiam próximo de minha casa, nele peguei até tainhas. Corri, fui à escola, sujei o uniforme escolar, briguei, bati e apanhei, como todo moleque. Se tudo isso não tivesse acontecido, não tinha vivido plenamente e eu vivi.
O tempo passa, as coisas mudam. As peraltices de menino dão lugar aos sonhos, nem sempre concretizados. Primeiro queria ser jogador de futebol, depois Caixa de banco (BESC). Nada disso se concretizou, terminei sendo Contador, especialista em Finanças Públicas - Analista da Receita da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina – Órgão que me orgulha muito de pertencer. Sonhos desfeitos, construir e concretizei outros e a vida continuou.
Nesses meus 50 anos, vivi plenamente a cada dia, levei a vida sempre numa boa, e parafraseando Chico Buarque e Renato Russo, diria que vivi cada dia como se fosse o último, amei as pessoas como se não houvesse amanhã. Muito aprendi e muito chorei. Sim, chorei! Sou um verdadeiro chorão, emotivo demais. Aprendi que a felicidade não se vive sozinho, mas sim a dois, é preciso dividi-la com alguém. A felicidade não está relacionada com riqueza ou poder ou fama e sim a forma de você levar a vida.
Aprendi que o melhor da vida, não é a vida, é vivê-la em plenitude, viver ao lado de uma mulher que têm significado em nossa vida e que você também seja significante para ela.
Não quero ser um jovem, pois muitos deles não sabem o valor que tem a vida, não amam nem são amados e talvez não vivessem o que eu vivi. Eu quero mesmo é ser eu, com meus 50 anos bem vividos! Que venham os outros 50... afinal, viver ao lado de pessoas maravilhosas, como você, que me ler é o que dar sentido a minha vida.
Ao final! Um brinde à sabedoria e à vida! Hoje sei que prestes a completar 50 anos tudo é muito bom e que os meus vôos com erros e acertos valeram a pena! O importante é que estou feliz! Sou um privilegiado! Sinto-me amado pela pela família e pelos amigos que me rodeiam. Por isso no dia 26 de novembro abrirei um vinho e brindarei agradecendo a DEUS pelos meus 50 anos ao lado daqueles que me amam.
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