Matheus e ao fundo nosso acampamento no camping Lagoamar em Garopaba/SC. |
Quem já foi acampar, sabe. Não existe maior contato com a natureza do que neste tipo de aventura. O prazer de dormir e fazer amor ouvindo as ondas do mar e acordar com os pássaros, o sol bem cedo esquentando o dia, ou até mesmo com um dia de chuva respirando ar puro... e saber que a praia ou um rio está bem ao seu lado é bom demais.
O gosto por acampar herdei dos meus pais, principalmente da minha saudosa mãe. Ela simplesmente adorava esse tipo de lazer em meio à natureza.
Nos anos 70 nossas praias dentro da Baia Sul do lado continental eram próprias para o banho, existia fartura de frutos do mar por toda orla desde as praias do bairro Coqueiros em Florianópolis, passando pela praia Comprida e Ponta de Baixo em São José e por fim, em todo litoral palhocense.
Como carros ainda eram poucos privilégio de uma minoria mais afortunada, nos finais de semana saíamos de bateira pelo Rio da Draga (Rio Passa Vinte) para acamparmos na Foz do Rio das Ostras com a bateira (barco) lotada com toda a família. Muitas vezes pedíamos emprestada a bateira do seu Dedé, um senhor que extraia areia do fundo do rio que possuía um barco quadrado tipo balsa que na época, nós crianças adorávamos. Éramos felizes com muito pouco. Sim! Verdade éramos felizes, pois a diversão só dependia da nossa vontade. Um pouco mais tarde entre os anos de 1978 e 1980 passamos a acampar na praia do Tomé na Barra do Aririú, entre uma vegetação de belas arvores e muitas pitangueiras.
A partir do verão de 1981 já havia um carro na família e passamos a acampar na Praia de Fora e em seguida na Enseada do Brito, onde o clã se enraizou adquirindo um terreno a beira mar com o objetivo de ter um espaço próprio e garantido para acampar durante todo o ano.
A partir deste ano de 1981, já adolescente, desmamado e desgarrado, passei a acampar com amigos nas mais diversas localidades, como nas praias da Joaquina e Ingleses e principalmente nas praias da Pinheira e Garopaba.
São muitas as histórias e as boas lembranças de paixões e amores de verão, com muita diversão entre amigos que nos acompanhavam e outros que conquistávamos durante a temporada.
Aos 48 anos, quero seguir vivendo nesse estilo e poder passar ao meu filho Matheus que ainda está em formação valores de respeito aos quatro elementos da natureza: Terra, fogo, ar e água.Todos nós sabemos, porque sentimos na própria pele, o quanto é fundamental para o individuo e a sociedade planetária o resgate dos valores humanos se quisermos construir uma nova visão da vida, do ser humano e uma nova organização social. Estamos numa sociedade orientada por uma inversão de valores éticos e morais. Perdemos a conexão com os princípios fundamentais que estruturam a consciência e criamos falsos valores e necessidades artificiais.