sexta-feira, 23 de maio de 2014

EM PALHOÇA, A FRAGILIDADE INTELECTUAL E CULTURAL DOS POLITICOS OCASIONA A INEXISTÊNCIA DE DEBATES PÚBLICOS IMPORTANTES E SÉRIOS

É verdade que todos os políticos em Palhoça falam, porém, poucos têm um discurso público consistente e coerente. Mas que discurso também é este? Por norma, é um discurso curto, rápido e direto, mas também pouco aprofundado, quando não verdadeiramente superficial, oportunista, vago e pouco refletido, porque o debate deve surgir infalivelmente em cima de um acontecimento, de um fato concreto, de uma necessidade ou numa reflexão futurística.
A qualidade, ou falta da fala pública é o primeiro argumento para a morte do debate público informativo, instrutivo e consequentemente sério.
Hoje as pessoas atravessam polêmicas e discussões, por exemplo, no Facebook ou em blogs, através de statements que geram conversas nas caixas de comentários. O debate, em tempo real, chega a ser bom em alguns casos, dependendo do nível de conhecimento e dos interesses de cada um. Mas, logo por definição, deixa de ser um debate sério devido à fragilidade das argumentações pouco cuidadas ou demasiadamente impulsivas em defesa de interesses particulares ou de grupos políticos que ficam quase sempre confinados ao universo de ''amigos'' ou ''seguidores'' que defendem com unhas e dentes o “carguinho” na Prefeitura. Tenho tentado colocar assuntos relevantes para discussão como a questão da saúde, educação e da segurança em Palhoça. No entanto, devido à fragilidade dos debates públicos e o caráter quase invariavelmente efêmero, porque a sociedade sente a necessidade de ver outro assunto na ordem do dia, nenhum tema parece ser importante o suficiente para ser falado durante mais do que um dia, o que, de certa forma, desdramatiza algumas questões de uma maneira absolutamente inconsciente e irresponsável, como é o caso do assustador crescimento da criminalidade na cidade. Na maioria dos casos as conversas terminam com toda a gente a pensar como pensava no princípio.
Chego a conclusão que a discussão tornou-se um valor em si, e não um meio para chegar a conclusões.