Palhoça: Bairro Pagani |
Palhoça completa nesta quinta-feira (24) 120 anos
de fundação. A cidade constitui nos tempos atuais uma grande aglomeração
urbana, compondo um espaço amplo e diversificado que abarca uma população
de aproximadamente 160 mil habitantes.
O solo e a habitação em Palhoça foram transformados
na última década em mercadorias de grande consumo, que só aumenta, visto que a
cidade está estrategicamente situada nas proximidades da capital Florianópolis.
Na década iniciada no ano de 1990, tivemos o início
da expansão imobiliária em Palhoça a partir da construção dos Bairros Pagani e
Pedra Branca.
A construção da avenida central do bairro Pagani
passou a dar mais vazão ao tráfego em direção aos bairros do Caminho Novo, São
Sebastião e Passa Vinte. A sua fluidez interligou os principais eixos arteriais
com acessibilidade e rapidez, que contribuiu para que a atenção do mercado
imobiliário se dirigisse para aquela área.
O Conjunto dos empreendimentos imobiliários nesse
espaço deram nova feição a Palhoça, que passou a caracterizar-se pela
predominância de edificações verticais. Essa nova ocupação proporcionou a
cidade crescimento, porém, sem o desenvolvimento esperado, pois a qualidade de
vida da população não acompanhou o ritmo do crescimento populacional, bem como,
os serviços públicos de atendimento a população, principalmente os de saúde e
educação.
A cidade é um espaço dinâmico que está em constante
movimento, em constante mudança dentro de um necessário planejamento. Junto a
essas mudanças, alteram-se também a sua paisagem, suas formas e as suas
funções.
Muitos são os atores responsáveis por essas
alterações. Meu objetivo é provocar uma discussão sobre o processo de
verticalização acelerada do município de Palhoça, com o intuito de detectar os
mecanismos e os processos necessários para modelação do espaço urbano na cidade.
O bairro Pagani está se formando através de um
processo de verticalização acelerado. Seus limites com os bairros do
Caminho Novo e Passa Vinte, mostram claramente que esta é uma área de transição
que deve se expandir rapidamente para os demais espaços onde prevalecem
residências de uma população menos abastada e de menor renda.
Enquanto áreas e espaços de transição os bairros
Pagani e Pedra Branca possuem contradições e problemas estruturais que podem
inibir essa verticalização.
Os dois principais problemas são:
1) A
falta de um projeto de saneamento básico e de prevenção de enchentes. (Os
bairros estão localizados em território historicamente vulnerável a grandes
alagamentos).
2) A
falta de acessibilidade aos bairros e a ligação com a BR- 101, bem como, com o
centro histórico da cidade. (Acessar e sair dos bairros se transformou nos
últimos anos num verdadeiro pesadelo)
Quanto aos demais bairros a verticalização da
cidade tem provocado os mais variados problemas. Entre tantos, vejo com grande preocupação a questão
ambiental e de trafegabilidade causados pelo aumento da população e pela falta
de saneamento básico.
Enfim, que cidade pretendemos para o futuro e qual o caminho seguir?