Na tarde de
ontem, quarta-feira (26), participei de uma reunião no Centro Comunitário da
Barra do Aririú, para conhecer o projeto da COHAB que prevê a construção de até
1.000 apartamentos populares numa área estimada de 62.000 m2, pertencente hoje a
CIDASC, onde fica localizada a Creche e o Centro Comunitário do Bairro.
O presidente
da Cohab, o ex-prefeito de Palhoça Ronério Heiderscheidt, explicou as
lideranças presentes que o projeto não
pretende mexer nas edificações existentes, mas sim, utilizar a área
remanescente.
Segundo
declaração do Secretário de Habitação do município Fábio Martins, que estava
presente, só no bairro da Barra do Aririú existe carência de 6.000 moradias.
Minha
presença na reunião foi importante, porque consigo entender e visualizar melhor
o que pretende a Cohab e seu presidente.
Inicialmente,
entendo ser o projeto inviável por questões ambientais. 90% ou mais da área é
de mangue. Portanto, de preservação permanente. Porém, como em Palhoça é uma
terra sem lei e tudo é permitido, não duvido que consigam licença dos órgãos
ambientais para realização do empreendimento imobiliário.
Embora eu
reconheça a carência existente de moradias e a necessidade de se contemplar
famílias carentes, principalmente do bairro com o sagrado direito
constitucional de possuírem uma casa própria, entendo, que antes de qualquer
empreendimento imobiliário em Palhoça, seja no bairro que for, deve-se preceder a
realização de toda uma infra-estrutura de saneamento básico, creches, escolas,
unidades de segurança, áreas de laser e transporte público eficiente. Caso contrário,
estaremos criando bolsões de problemas.
Diante da necessidade de mais áreas para construção de
moradias populares, temos que solucionar adequadamente a situação de forma
eficiente e planejada, sobre pena de criarmos novas e mais graves situações
sociais indesejáveis.
O que tenho visto no município é que famílias são
literalmente alocadas dentro de um condomínio, mas em sua volta não existe o
mínimo de infra-estrutura social e urbana para uma boa existência.
Enfim, como não sou dono da razão, entendo que o
projeto deva ser debatido em audiências públicas com toda a comunidade que deve
decidir o destino do bairro e seu futuro.