quinta-feira, 27 de março de 2014

COHAB QUER CONSTRUIR 1.000 APARTAMENTOS POPULARES NA BARRA DO ARIRIÚ

Na tarde de ontem, quarta-feira (26), participei de uma reunião no Centro Comunitário da Barra do Aririú, para conhecer o projeto da COHAB que prevê a construção de até 1.000 apartamentos populares numa área estimada de 62.000 m2, pertencente hoje a CIDASC, onde fica localizada a Creche e o Centro Comunitário do Bairro.
O presidente da Cohab, o ex-prefeito de Palhoça Ronério Heiderscheidt, explicou as lideranças presentes que  o projeto não pretende mexer nas edificações existentes, mas sim, utilizar a área remanescente.
Segundo declaração do Secretário de Habitação do município Fábio Martins, que estava presente, só no bairro da Barra do Aririú existe carência de 6.000 moradias.
Minha presença na reunião foi importante, porque consigo entender e visualizar melhor o que pretende a Cohab e seu presidente.
Inicialmente, entendo ser o projeto inviável por questões ambientais. 90% ou mais da área é de mangue. Portanto, de preservação permanente. Porém, como em Palhoça é uma terra sem lei e tudo é permitido, não duvido que consigam licença dos órgãos ambientais para realização do empreendimento imobiliário.
Embora eu reconheça a carência existente de moradias e a necessidade de se contemplar famílias carentes, principalmente do bairro com o sagrado direito constitucional de possuírem uma casa própria, entendo, que antes de qualquer empreendimento imobiliário em Palhoça, seja no bairro que for, deve-se preceder a realização de toda uma infra-estrutura de saneamento básico, creches, escolas, unidades de segurança, áreas de laser e transporte público eficiente. Caso contrário, estaremos criando bolsões de problemas.
Diante da necessidade de mais áreas para construção de moradias populares, temos que solucionar adequadamente a situação de forma eficiente e planejada, sobre pena de criarmos novas e mais graves situações sociais indesejáveis.
O que tenho visto no município é que famílias são literalmente alocadas dentro de um condomínio, mas em sua volta não existe o mínimo de infra-estrutura social e urbana para uma boa existência.
Enfim, como não sou dono da razão, entendo que o projeto deva ser debatido em audiências públicas com toda a comunidade que deve decidir o destino do bairro e seu futuro.