Após
publicação da matéria no meu blog:(COHAB QUER CONSTRUIR 1.000 APARTAMENTOS
POPULARES NA BARRA DO ARIRIÚ), ocorreram importantes manifestações de
contrariedade da comunidade nas redes sociais a intenção do presidente da
Cohab, o ex-prefeito Ronério Heiderscheidt, em construir 1.000 apartamentos do
programa (Minha casa Minha vida), em área predominantemente de mangue na Barra
do Aririú.
As redes
sociais estão mudando o balanço do poder, da capacidade do povo unido em lutar
contra os interesses dos que não têm o bem da nossa cidade e de nosso bairro em
mente.
Terra urbana
significa terra urbanizada, com água, energia, esgoto tratado, transporte
público eficiente, escola, creche, etc.
Em nossa
cidade, quem não tem recurso fica relegado às periferias e áreas de risco.
Portanto, aquilo que o mercado imobiliário não quer e o que a lei não
permite. Áreas principalmente de proteção ambiental. Aquilo que é proibido de
ser ocupado é o que sobra para os pobres neste município.
Política
urbana e habitacional não é uma soma de construção de apartamentos populares em
áreas de preservação. É importante que haja políticas com controle do uso e
ocupação do solo, que favoreçam o meio ambiente para que tragam
sustentabilidade e justiça social. No entanto, é o que ninguém faz nessa cidade
sem lei. Pela constituição, a preservação ambiental é uma responsabilidade do
município.
Na defesa de
“interesses” escusos, agentes públicos argumentam que a liberação dessas áreas
para a produção de conjuntos habitacionais, a serem financiados pelo Programa
Minha Casa Minha Vida, viria suprir a necessidade de construção de
unidades necessárias para atender o déficit habitacional existente no
município.
No entanto,
essas pessoas não se preocupam com a demanda adicional que seria criada pela
atração de no mínimo 3.000 novos moradores, num bairro que já padece de toda e
qualquer infra-estrutura.
Na Barra do
Aririú já existe um extremo desequilíbrio na distribuição das
moradias,
com profundos e perniciosos impactos sobre a mobilidade da população. Para
construção de novas moradias em número tão gigantesco seria preciso antes
muitas obras públicas estruturantes, que há muito tempo são reivindicadas pela
comunidade, tais como: Escolas, creches, áreas de lazer, ampliação e construção
de postos de saúde, melhoria da acessibilidade com abertura de novas ruas e
avenidas.
Enfim, além
do crime ambiental pela construção de blocos de apartamentos em área de
preservação permanente, entendo que a vinda desses novos moradores somente
aprofundaria a segregação sócio espacial do bairro e a formação de novos guetos
de pobreza.
TEMOS QUE
UNIDOS LUTAR CONTRA ESSA IDEIA.