segunda-feira, 31 de março de 2014

PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE APARTAMENTOS POPULARES EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO NA BARRA DO ARIRIÚ: UMA LUTA QUE PRECISAMOS ENCARAR UNIDOS PARA NÃO ACONTECER

Após publicação da matéria no meu blog:(COHAB QUER CONSTRUIR 1.000 APARTAMENTOS POPULARES NA BARRA DO ARIRIÚ), ocorreram importantes manifestações de contrariedade da comunidade nas redes sociais a intenção do presidente da Cohab, o ex-prefeito Ronério Heiderscheidt, em construir 1.000 apartamentos do programa (Minha casa Minha vida), em área predominantemente de mangue na Barra do Aririú.
As redes sociais estão mudando o balanço do poder, da capacidade do povo unido em lutar contra os interesses dos que não têm o bem da nossa cidade e de nosso bairro em mente.
Terra urbana significa terra urbanizada, com água, energia, esgoto tratado, transporte público eficiente, escola, creche, etc.
Em nossa cidade, quem não tem recurso fica relegado às periferias e áreas de risco. Portanto, aquilo que o mercado imobiliário não quer e o que a lei não permite. Áreas principalmente de proteção ambiental. Aquilo que é proibido de ser ocupado é o que sobra para os pobres neste município.
Política urbana e habitacional não é uma soma de construção de apartamentos populares em áreas de preservação. É importante que haja políticas com controle do uso e ocupação do solo, que favoreçam o meio ambiente para que tragam sustentabilidade e justiça social. No entanto, é o que ninguém faz nessa cidade sem lei. Pela constituição, a preservação ambiental é uma responsabilidade do município.
Na defesa de “interesses” escusos, agentes públicos argumentam que a liberação dessas áreas para a produção de conjuntos habitacionais, a serem financiados pelo Programa Minha Casa Minha Vida,  viria suprir a necessidade de construção de unidades necessárias para atender o déficit habitacional existente  no município.
No entanto, essas pessoas não se preocupam com a demanda adicional que seria criada pela atração de no mínimo 3.000 novos moradores, num bairro que já padece de toda e qualquer infra-estrutura.
Na Barra do Aririú já existe um extremo desequilíbrio na distribuição das
moradias, com profundos e perniciosos impactos sobre a mobilidade da população. Para construção de novas moradias em número tão gigantesco seria preciso antes muitas obras públicas estruturantes, que há muito tempo são reivindicadas pela comunidade, tais como: Escolas, creches, áreas de lazer, ampliação e construção de postos de saúde, melhoria da acessibilidade com abertura de novas ruas e avenidas.
Enfim, além do crime ambiental pela construção de blocos de apartamentos em área de preservação permanente, entendo que a vinda desses novos moradores somente aprofundaria a segregação sócio espacial do bairro e a formação de novos guetos de pobreza.
TEMOS QUE UNIDOS LUTAR CONTRA ESSA IDEIA.